domingo, 28 de novembro de 2010

Branqueamento Racial no Rio Grande do Sul

BRANQUEAMENTO E DEMOCRACIA RACIAL

Há menos de cem anos, a elite branca falava abertamente em livros, jornais, em conferências, em discursos sobre a necessidade de diminuir e, se possível, extinguir a população negra brasileira, ainda que através de meios pretensamente brandos e a longo prazo: barrando a imigração africana, incentivando a vinda de trabalhadores brancos europeus, promovendo uma pretensa miscigenação branqueadora, reprimindo as manifestações culturais negras, etc.

Entende-se, assim, porque o trabalhador branco europeu, que chegava em massa ao Brasil desde o final do século passado, foi logo ocupando preferencialmente os melhores postos de trabalho nas cidades. Mesmo sob péssimas condições de trabalho e remuneração, os imigrantes brancos recém-chegados encontravam-se melhores inseridos na sociedade capitalista brasileira do que os negros, empurrados para a marginalidade, para tarefas consideradas mais desprezíveis ou para uma reserva de mão de obra que a elite branca usava como meio para pressionar os salários para baixo.
À medida, porém que a industrialização avançava e que a imigração branca não mais dava conta das necessidades básicas de mão de obra, o discurso e a ideologia do branqueamento mudaram. Nos anos trinta, as teorias do sociólogo Gilberto Freyre, principalmente, vieram bem a calhar para as elites brancas do Brasil em sua necessidade de incorporar uma parcela maior dos trabalhadores negros, sobretudo urbano-industrial.
Nesta nova formulação, as relações escravistas do passado brasileiro tinham sido marcadas pelo convívio mais ou menos harmonioso de brancos e negros e que chegara a reinar uma certa docilidade nas relações de amos e escravos brasileiros, principalmente no interior da Casa Grande. Das teorias de Freyre, e das necessidades do mercado, foi nascendo uma nova fábula racista brasileira: a democracia racial, parente próximo da fábula das três raças sobre nosso passado, do qual me referi anteriormente. (algumas postagens anteriores)
O que afirma a tese da democracia racial brasileira? Afirma que não existe racismo no Brasil! Que aqui todas as raças, com seus costumes e tradições convivem harmoniosamente, compondo uma rica e pluralista nacionalidade. O discurso racista mudava de forma para preservar o conteúdo social do racismo, cujas práticas, no Brasil, iam para baixo dos panos, a partir de então.
De fato, qual o objetivo político dessa idéia da democracia racial? É, mais uma vez, esconder, falsear a realidade excludente e discriminatória das relações inter-raciais na sociedade brasileira. É encobrir a situação de não cidadania a que essa ordem social submete a população negra, de forma ainda mais grave do que o faz com os trabalhadores brancos. É formar uma imagem harmoniosa falsa da realidade para brancos e para negros. Para que tudo fique como está.
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VEJA BEM!!!
Concomitantemente à abolição, a elite de intelectuais brancos brasileiros buscou pensar a nova realidade do país por meio de teorias racistas, importadas da Europa.
(Lembrando também que a Igreja tratou de formular teses racistas para denegrir o negro e sua cultura, principalmente sua religião. Atribuindo a esta culto ao demônio, diabo, contra as leis de “Deus” etc. Criações ridículas mirabolantes que são repetidas até os dias de hoje.)
Teorias racistas que “descobriram” que após 300 anos de exploração do trabalho escravo, os grandes culpados pelo atraso do Brasil eram os negros! Entenda-se: os grupos étnicos negros, com sua “natural” preguiça e excessiva sensualidade, diziam eles, era incompatível com a ordem e o progresso. A solução pensada por eles para o Brasil era branquear-se, o mais rapidamente possível. Em outras palavras: a parte negra da população deveria desaparecer através de “cruzamentos”!!!! Até cálculos eram feitos sobre o tempo que seria necessário para o branqueamento do país.
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CURIOSIDADE!!!!
Você sabia que o idioma na época da escravidão, no Brasil, era chamado de Idioma Geral???
Sabe qual idioma era esse?
YORÙBÁ
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( Fonte: SMED - Porto Alegre)

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